Desde o início do ano letivo que os funcionários da escola EB1/JI da
Portela receberam ordens para não deixarem os pais entrar na escola quando vão
buscar os respetivos filhos. Naturalmente, quem diz “pais”, diz avós, tios,
irmãos, etc. Medida de todo em todo absurda, já porque o acesso ao portão é em
rampa estreita e as pessoas tendem a aglomerar-se à entrada, umas gritando pelo
nome da criança assim que a veem aproximar-se, outras gesticulando furiosamente
para serem vistas. Para as crianças as coisas também não são fáceis: ficam em
magote junto ao portão, ansiosamente escrutinando a massa humana de adultos à
sua frente à procura de quem as vai buscar. É, de facto, um espetáculo em certa
medida degradante já que ajuda a revelar a (falta de) educação de alguns
encarregados de educação. Porém, o que mais me incomoda é o sinal que esta
decisão (da diretora da escola, do agrupamento?) dá quanto à vontade de afastar
da escola os pais e encarregados de educação em geral. Ou seja, parece que eles
não são bem vindos dentro do espaço onde os filhos passam cerca de 8 horas do
dia, não podem ali entrar a menos que precisem de tratar de algum assunto
específico. Para mim, é um mau sinal quando isso acontece porque se trata de
uma escola de 1º ciclo, relativamente pequena, e cujos alunos ainda não têm o grau
de autonomia que têm os dos ciclos seguintes. Não me choca nada esperar à porta
escola pelo meu filho mais velho que frequenta o 6º ano e compreendo que seria
caótico se todos os pais e encarregados de educação ali pudessem entrar no
momento da saída. Além disso, ao contrário do que sucede no 1º ciclo, as turmas
têm horários diferentes, com tempos de saída parcialmente coincidentes, à
exceção da hora de almoço.
Enfim, lá terei de esperar pelos meus gémeos no meio da gritaria e da
gesticulação todos os fins de tarde, a menos que alguém repense esta medida e
se lembre que o tempo estival não dura para sempre: quando começar a chover, o
espetáculo vai ser ainda pior!
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