Questionado sobre a
possibilidade do crescimento do chamado “populismo” em Portugal já nas próximas
eleições para o Parlamento Europeu, António Costa Pinto respondeu que não (Expresso, 11-5-2019). Quais foram os
argumentos apresentados para sustentar esta afirmação?
Se bem que aceitando
que a estrutura social e política portuguesa não o impede, Costa Pinto defende
que os temas escolhidos pela força política que protagoniza o “populismo” – a coligação Basta – não colhem no eleitorado: a ordem, a castração química de
pedófilos e criminosos e a questão da identidade nacional. De facto, apenas a
corrupção parece motivar alguma agitação na sociedade portuguesa. Porém, a
vulgarização destes casos, que têm afetado vários setores, desde funcionários
públicos a decisores políticos, passando pelo meio empresarial, tende a normalizar o fenómeno e a fazer com que
ninguém se sinta particularmente chocado quando surge mais um caso.
Assim, sem a existência
de uma grave ameaça à ordem pública, com as minorias étnicas e religiosas
aparentemente controladas, sem uma invasão migratória como a que outros países
viveram, o “populismo” fica praticamente sem discurso mobilizador. “Populismo”
é um conceito que abrange todos as correntes ideológicas e políticas que são
contra o sistema vigente, entre as quais se encontra o Nacionalismo.
No cenário traçado por
Costa Pinto, qual poderá ser, então, o caminho para o Nacionalismo em Portugal?
Já se percebeu que o PNR não tem capacidade para se tornar o partido
representativo dos valores nacionais, faltando-lhe dinâmica e sentido dos
tempos que vivemos, e inábil para motivar uma reflexão profunda sobre o
presente e o futuro do Nacionalismo. Este debate é essencial num mundo em que o
relativismo ganhou posições dominantes em diversas áreas, pondo em causa a
superioridade dos valores cristãos e as identidades nacionais. O Nacionalismo
tem de se repensar em Portugal e encontrar a melhor via para triunfar. Não
basta usar as redes sociais como canal de comunicação para se aproximar das
pessoas: o mais importante é definir claramente o que deve ser comunicado e
como. Para tal, é urgente que haja uma regeneração do Nacionalismo português, a
qual só poderá acontecer com base num debate profundo e sério.
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