sábado, 25 de maio de 2019

Eleições europeias - o enfeite Nuno Melo


O estudo da VoteWatch sobre a atividade dos eurodeputados portugueses é muito interessante. Gostaria de sublinhar os números relativos a Nuno Melo, por ser o cabeça de lista do CDS-PP, apesar de apresentar índices muito baixos. Vejamos: é o 17º (em 21) no ranking, com 12 pontos no índice de influência, teve 7 participações em ações legislativas (21 de José Manuel Fernandes, PSD, líder do índice com 43 pontos), 5 pontos na rede de influência (12 para Carlos Zorrinho e Ana Gomes, ambos do PS) e 0 (zero) em posições de liderança (21 para Paulo Rangel, PSD). Por fim, participou em apenas 83,9% das votações (4º pior registo) contra 98,5% de Zorrinho. O pior é que Nuno Melo nem tem consciência da má qualidade da sua prestação e autoavalia-se com 20 valores “e sem falsa modéstia”... O que esteve a fazer este homem no Parlamento Europeu?!  Vale a pena reelegê-lo? Obviamente, não!!!


O dilema do Nacionalismo em Portugal


Questionado sobre a possibilidade do crescimento do chamado “populismo” em Portugal já nas próximas eleições para o Parlamento Europeu, António Costa Pinto respondeu que não (Expresso, 11-5-2019). Quais foram os argumentos apresentados para sustentar esta afirmação?  
Se bem que aceitando que a estrutura social e política portuguesa não o impede, Costa Pinto defende que os temas escolhidos pela força política que protagoniza o “populismo” – a coligação Basta – não colhem no eleitorado: a ordem, a castração química de pedófilos e criminosos e a questão da identidade nacional. De facto, apenas a corrupção parece motivar alguma agitação na sociedade portuguesa. Porém, a vulgarização destes casos, que têm afetado vários setores, desde funcionários públicos a decisores políticos, passando pelo meio empresarial, tende a normalizar o fenómeno e a fazer com que ninguém se sinta particularmente chocado quando surge mais um caso.
Assim, sem a existência de uma grave ameaça à ordem pública, com as minorias étnicas e religiosas aparentemente controladas, sem uma invasão migratória como a que outros países viveram, o “populismo” fica praticamente sem discurso mobilizador. “Populismo” é um conceito que abrange todos as correntes ideológicas e políticas que são contra o sistema vigente, entre as quais se encontra o Nacionalismo.
No cenário traçado por Costa Pinto, qual poderá ser, então, o caminho para o Nacionalismo em Portugal? Já se percebeu que o PNR não tem capacidade para se tornar o partido representativo dos valores nacionais, faltando-lhe dinâmica e sentido dos tempos que vivemos, e inábil para motivar uma reflexão profunda sobre o presente e o futuro do Nacionalismo. Este debate é essencial num mundo em que o relativismo ganhou posições dominantes em diversas áreas, pondo em causa a superioridade dos valores cristãos e as identidades nacionais. O Nacionalismo tem de se repensar em Portugal e encontrar a melhor via para triunfar. Não basta usar as redes sociais como canal de comunicação para se aproximar das pessoas: o mais importante é definir claramente o que deve ser comunicado e como. Para tal, é urgente que haja uma regeneração do Nacionalismo português, a qual só poderá acontecer com base num debate profundo e sério.